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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A importância dos registros

Qualquer empresa sabe que é importante manter registros precisos, principalmente quando se pensa nos aspectos de produção e da contabilidade. Sem este controle, a produção poderia parar por falta de insumos e os negócios poderiam deixar de dar os resultados esperados. Em resumo, os controles é que garantem o sucesso do negócio.

Quando falamos de Saúde e Segurança, no entanto, é frequente encontrar uma realidade totalmente diferente. Não são consistentes os registros de incidentes, de doenças que poderiam ser relacionadas ao trabalho, e até mesmo registros que são requeridos pela lei, como os de equipamentos de proteção individual. Falham os registros de CA, de entrega, de treinamento, de fiscalização. Neste ponto, os resultados da empresa podem estar ameaçados sem que ninguém tenha ainda percebido.
Em tempos antigos, costumava-se dizer que aquele que não gostasse de números, de matemática, deveria ser médico. Nada pode ser mais equivocado do que esta ideia! Nos dias de hoje, o médico fundamenta suas decisões em estudos bioestatísticos e epidemiológicos, na tentativa de melhorar seus próprios resultados, de errar menos. Dentro da administração, se aplica o mesmo conceito. Não se pode fazer a sempre a mesma coisa esperando obter resultados diferentes. Esta é exatamente a tradução mais simples do que se chama de processo científico. Se repetirmos a experiência com as mesmas condições, o resultado deverá também se repetir, sempre da mesma forma. Você se lembra da Química, da expressão “CNTP” (condições normais de temperatura e pressão)? É disto que estamos falando.

Numa empresa, as condições mudam muito pouco. A característica produtiva implica rotinas controladas, quase sempre idênticas. O registro de eventos seria fácil, mas não é feito adequadamente.
Muitas vezes há registros de eventos significativos, mas apenas destes. Isto quer dizer que apenas teremos acesso a informações referentes a acidentes graves, a doenças que geraram afastamentos, eventos com repercussão evidente e imediata. Por não registrarmos o que se convenciona chamar de incidente, ou o “quase acidente”, deixamos de ver a base de uma pirâmide que nos permitiria agir preventivamente.

De fato, esta pirâmide está descrita nos ensinamentos de nossa especialidade desde 1968, quando Frank Bird publicou seu trabalho. Nele, Bird demonstra que, em média, 600 incidentes geram 30 acidentes com perdas materiais e 10 com lesões físicas, sendo que uma das quais é grave. O problema é que poucos registram os 600 incidentes sem repercussão, aproximando-se perigosa e inadvertidamente dos eventos graves.
Os resultados obtidos por Bird, como nas experiências científicas, foram comprovados ao longo do tempo em outros estudos. Isto significa que, se você não está registrando os incidentes da empresa, ou se não valoriza aqueles que apenas causaram danos materiais, então você está entrando às cegas no caminho que vai leva-lo ao acidente grave.

Os registros podem ser feitos em planilhas, não é necessário gastar fortunas com um software específico. As planilhas podem ser adaptadas para a sua empresa, para gerar a informação específica que você precisa, e nem é preciso ser um gênio da informática para se criar ótimos modelos.
Você pode até mesmo questionar as proporções apontadas na pirâmide, mas não pode dizer que não há relação entre os eventos. Isto é ciência e, gostando ou não, a prova científica é o que mais se aproxima da verdade nestes tempos modernos.

Saber disto e ter registros adequados são os primeiros passos para que os nossos tempos sejam diferentes daqueles retratados por Chaplin.

Dr. Conrado de Assis Ruiz


 
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