Lidar com pessoas é tarefa muito difícil. Pessoas são
diferentes, têm necessidades diferentes, percebem o mundo de forma diferente,
criando um ambiente pessoal que pode ser único. Cada ser humano vive os mesmos acontecimentos
de forma individual, criando uma realidade própria.
Se não é possível individualizar as atenções de forma a
atender cada trabalhador, é necessário compreender o que melhor se aplica à
coletividade destes trabalhadores e, a partir deste ponto, compreender as
demandas individuais sem considerá-las descabidas. Há varias formas de se
visualizar este contexto, mas a Pirâmide de Maslow é uma das consagradas
ferramentas, principalmente por sua fácil compreensão e aplicação.
Abraham Maslow propôs que as necessidades do indivíduo
respeitam uma hierarquia, por razões bastante claras, compondo uma escala de
cinco níveis:
1.
Necessidades fisiológicas (básicas): fome, sede,
abrigo;
4.
Necessidades de auto-estima: reconhecimento das próprias
capacidades, reconhecimento pelos outros;
5.
Necessidades de auto-realização: o indivíduo
procura tornar-se aquilo que ele pode ser: "What humans can be, they must
be: they must be true to their own nature!".
A hierarquia nasce, como se vê, na garantia da vida. Evolui
através dos níveis até a completa realização do indivíduo, atingindo a
plenitude ao realizar tudo que esteja dentro de suas possibilidades sociais e
naturais.
Imaginando-se que a empresa seja um micro-cosmo, é
perfeitamente possível imaginar que o trabalhador, ao nela ingressar, esteja
igualmente iniciando uma escala semelhante ãquela proposta por Maslow.
Inicialmente, estaria satisfeito por estar empregado, recebendo o salário
combinado. A partir daí, no entanto, as coisas começam a se complicar.
Cada etapa de Maslow pode ser identificada no caminho: a
estabilidade no emprego, ser acolhido por colegas e superiores, a satisfação do
trabalho bem feito e reconhecido pela hierarquia, até a realização de uma
carreira, promoções que o levariam a ser tudo que sua competência permite.
A empresa, através de seus prepostos, lida com todas estas
expectativas individuais. Apesar de ser conveniente a adoção de rotinas e
protocolos, é necessario compreender que lidamos com uma complexa diversidade,
com diferentes percepções, sensibilidades, competências, ritmos e,
principalmente, expectativas. Cabe ao gestor, de RH ou não, propiciar aquilo
que poderia levar o individuo a seu melhor desempenho, a atingir sua plenitude,
ser tudo o que ele pode ser. Não basta avaliar o desempenho e, dependendo do
resultado, demitir o trabalhador para tentar a sorte com outro. O desempenho do
gestor poderia ser avaliado através da escala de seus subordinados.
Como se vê, vale para a vida pessoal e para a vida
profissional.
Dr. Conrado Ruiz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário