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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Pensamentos Ergonômicos

Parte 1: o castigo do trabalho
O conceito de conforto pode ser bastante relativo. O que é bom para alguém pode ser um castigo para outros. Talvez seja esta a razão para que o trabalho seja, dependendo de quem o faz, um prazer ou um martírio.
A própria palavra, trabalho, traz em sua raiz a conotação negativa da tortura, o tripalium. Este era um exemplar instrumento de tortura, humilhação e punição. Não sei de onde veio a ideia de associar o trabalho a uma tortura, mas o fato é que a relação existe.
Em tempos antigos, o trabalhador era sempre o humilde, o dominado, o escravo. Não é comum pensar em nobres e senhores da corte trabalhando. Ao contrário, estes estão, em nossa imaginação, muito mais ligados ao ócio e aos prazeres. Não é uma imagem hollywoodiana, é histórica. Quem trabalhava eram os plebeus, os escravos, os dominados. Direitos de toda a espécie eram concedidos aos nobres sem outra razão que não fosse a herança.

Talvez estejamos no limiar de tempos diferentes, onde trabalhar seja valorizado, onde o workaholic seja compreendido, onde o trabalho possa ser fonte de prazer. Muitas questões, principalmente de cunho social, podem ajudar a construir este novo tempo em que o trabalho de cada um, seja o de um alfa ou de um ípsilon, tenha o mesmo valor e seja reconhecido. Talvez este mundo novo possa ser, de fato, admirável.
Num próximo post, voltarei ao assunto para comentar as questões objetivas do conforto no trabalho, seus aspectos ergonômicos com normas e conceitos.

Dr Conrado Ruiz
Médico do Trabalho

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