A sociedade moderna costuma apresentar novas exigências de
forma muito rápida. Incríveis soluções tecnológicas vão sendo incorporadas,
sempre com o intuito de facilitar as tarefas rotineiras dos cidadãos. Muitas
vezes, porém, não se considera a difícil acessibilidade a estes recursos. Quem
não dispõe de informações adequadas, quem não vem se atualizando junto a esta
onda tecnológica, estes podem acabar alijados da vida social, e particularmente
da vida produtiva, no conceito de empregabilidade. É o preço a pagar por um
futuro confortável. Será justo, este preço?
No século passado, Henry Ford criou a linha de montagem,
dizendo que todos os seus trabalhadores poderiam comprar aquilo que produziam.
Talvez tenha sido um momento lúcido, de integração social, com conceitos de
igualdade. Infelizmente, estes conceitos não parecem estar muito em moda no
novo século. A sociedade, e muito particularmente os legisladores, todos
precisamos rever nosso comportamento no sentido de proporcionar oportunidades
iguais a todos os cidadãos.
É natural considerar que somos indivíduos e, por isto mesmo,
únicos. Temos habilidades diferentes. Alguns de nós nos saímos melhor em
esportes, outros em artes, outros em cálculos. A diversidade é que faz uma
sociedade melhor, especialmente quando reconhecida e utilizada. Por esta razão
é que devemos olhar para pessoas que seriam, em outros tempos, descartadas das
oportunidades de trabalho, e aproveitar sua disponibilidade.
Pessoas com necessidades especiais podem ser ótimos
trabalhadores, trabalhadores especiais. Podem ser tomados como exemplo de
esforço, de superação, e poderiam ser símbolo de sucesso a ser encampado pelas
empresas. Há algumas ações neste sentido, mas poucas consistentes, seguras.
As empresas podem melhorar como corporações sociais. Talvez
os administradores ainda não tenham adquirido esta consciência, mas serão
cobrados por ela, certamente.
O trabalhador especial é um trabalhador poderoso, que
valoriza as oportunidades que recebe. É natural que sua adaptação exija algum
esforço por parte da empresa e dos demais trabalhadores, mas a sensação de
inclusão, de aceitação, esta preenche de valor a sociedade como um todo. O que
se aprende na fábrica é levado para fora dela, e repercute na sociedade.

Voltarei ao assunto, oportunamente.
Dr. Conrado de Assis Ruiz