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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Os trabalhadores especiais

Pessoas são diferentes. Apesar de ser uma constatação óbvia, nem sempre isto fica evidente.

A sociedade moderna costuma apresentar novas exigências de forma muito rápida. Incríveis soluções tecnológicas vão sendo incorporadas, sempre com o intuito de facilitar as tarefas rotineiras dos cidadãos. Muitas vezes, porém, não se considera a difícil acessibilidade a estes recursos. Quem não dispõe de informações adequadas, quem não vem se atualizando junto a esta onda tecnológica, estes podem acabar alijados da vida social, e particularmente da vida produtiva, no conceito de empregabilidade. É o preço a pagar por um futuro confortável. Será justo, este preço?

No século passado, Henry Ford criou a linha de montagem, dizendo que todos os seus trabalhadores poderiam comprar aquilo que produziam. Talvez tenha sido um momento lúcido, de integração social, com conceitos de igualdade. Infelizmente, estes conceitos não parecem estar muito em moda no novo século. A sociedade, e muito particularmente os legisladores, todos precisamos rever nosso comportamento no sentido de proporcionar oportunidades iguais a todos os cidadãos.

É natural considerar que somos indivíduos e, por isto mesmo, únicos. Temos habilidades diferentes. Alguns de nós nos saímos melhor em esportes, outros em artes, outros em cálculos. A diversidade é que faz uma sociedade melhor, especialmente quando reconhecida e utilizada. Por esta razão é que devemos olhar para pessoas que seriam, em outros tempos, descartadas das oportunidades de trabalho, e aproveitar sua disponibilidade.

Pessoas com necessidades especiais podem ser ótimos trabalhadores, trabalhadores especiais. Podem ser tomados como exemplo de esforço, de superação, e poderiam ser símbolo de sucesso a ser encampado pelas empresas. Há algumas ações neste sentido, mas poucas consistentes, seguras.

As empresas podem melhorar como corporações sociais. Talvez os administradores ainda não tenham adquirido esta consciência, mas serão cobrados por ela, certamente.

O trabalhador especial é um trabalhador poderoso, que valoriza as oportunidades que recebe. É natural que sua adaptação exija algum esforço por parte da empresa e dos demais trabalhadores, mas a sensação de inclusão, de aceitação, esta preenche de valor a sociedade como um todo. O que se aprende na fábrica é levado para fora dela, e repercute na sociedade.

Os empresários poderão mudar seu comportamento ao menos para atender às exigências legais. Talvez possam, alguns deles, fazer ainda mais e levar em frente o legado de Henry Ford, de respeito à população e seus trabalhadores.

Voltarei ao assunto, oportunamente.

 
Dr. Conrado de Assis Ruiz

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