Em muitos casos, no entanto, estas mesmas empresas convivem
com o paradoxo. Aplicam modernos conceitos em sua estrutura administrativa,
logicamente voltada para sua atividade principal, mas estabelecem parcerias com
empresas ultrapassadas e, pior ainda, sem qualquer comprometimento com sua
estratégia e busca pela qualidade.
Não é raro ver gestores discutindo o valor pago pela
refeição servida em seus refeitórios enquanto aceitam padrões do século passado
em sua assessoria médica ocupacional. Esquecem que a chamada Medicina do
Trabalho evoluiu. Permanecem, por vezes, com um ambulatório médico fazendo
medicina no trabalho, e não Saúde Ocupacional ou Higiene Ocupacional.
Não se trata, aqui, de oferecer um bom seguro de saúde a
seus trabalhadores, mas a qualidade da medicina praticada dentro da empresa
pode até mesmo baixar os custos deste seguro. É simples: se você tem uma alta
sinistralidade seu convênio médico vai custar mais.
A alta sinistralidade é apenas um dos componentes desta
desatenção. Há muitos outros aspectos envolvidos e que podem custar caro, como
o absenteísmo, o presenteismo, os acidentes de trabalho com suas consequências
previdenciárias. Não é raro que as empresas desconheçam, por exemplo, os
impactos do Fator Acidentário de Prevenção (FAP) em sua operação. Não é por
acaso que as empresas que buscam alguma certificação da qualidade são levadas a
pensar em aspectos de Medicina Preventiva, segurança comportamental, estes sim,
de grande valor estratégico se sua intenção é atingir resultados positivos.
Ao contrário do que se pensava, a boa gestão não custa caro.
Ao contrário, pode economizar. Não estou falando de certificações, mas de
ações. Cuidados em qualidade, saúde, segurança e meio ambiente podem estar
integrados na cultura da empresa, bastando para isto que haja uma tomada de
consciência e uma genuína intenção de melhorar.
Como se costumava dizer, não custa nada fazer certo.
(Dr. Conrado Ruiz)
(Dr. Conrado Ruiz)
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