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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Saúde Estratégica

A gestão de uma empresa é, quase sempre, baseada em tradicionais aspectos da administração. As formalidades tomam conta e tempo dos administradores, e velhos conceitos se multiplicam pelos corredores para criar a estrutura formal, baseada em resultados, com foco no cliente, com manufatura enxuta, e tantas outras expressões consolidadas no jargão dos “iniciados”.

Em muitos casos, no entanto, estas mesmas empresas convivem com o paradoxo. Aplicam modernos conceitos em sua estrutura administrativa, logicamente voltada para sua atividade principal, mas estabelecem parcerias com empresas ultrapassadas e, pior ainda, sem qualquer comprometimento com sua estratégia e busca pela qualidade.

Não é raro ver gestores discutindo o valor pago pela refeição servida em seus refeitórios enquanto aceitam padrões do século passado em sua assessoria médica ocupacional. Esquecem que a chamada Medicina do Trabalho evoluiu. Permanecem, por vezes, com um ambulatório médico fazendo medicina no trabalho, e não Saúde Ocupacional ou Higiene Ocupacional.

Não se trata, aqui, de oferecer um bom seguro de saúde a seus trabalhadores, mas a qualidade da medicina praticada dentro da empresa pode até mesmo baixar os custos deste seguro. É simples: se você tem uma alta sinistralidade seu convênio médico vai custar mais.

A alta sinistralidade é apenas um dos componentes desta desatenção. Há muitos outros aspectos envolvidos e que podem custar caro, como o absenteísmo, o presenteismo, os acidentes de trabalho com suas consequências previdenciárias. Não é raro que as empresas desconheçam, por exemplo, os impactos do Fator Acidentário de Prevenção (FAP) em sua operação. Não é por acaso que as empresas que buscam alguma certificação da qualidade são levadas a pensar em aspectos de Medicina Preventiva, segurança comportamental, estes sim, de grande valor estratégico se sua intenção é atingir resultados positivos.

Ao contrário do que se pensava, a boa gestão não custa caro. Ao contrário, pode economizar. Não estou falando de certificações, mas de ações. Cuidados em qualidade, saúde, segurança e meio ambiente podem estar integrados na cultura da empresa, bastando para isto que haja uma tomada de consciência e uma genuína intenção de melhorar.

Como se costumava dizer, não custa nada fazer certo.

(Dr. Conrado Ruiz)

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