Terminei o primeiro post sobre esse tema fazendo alusão a
Aldous Huxley e seu “Admirável Mundo Novo”. A busca da felicidade é tema que
permeia todo o livro, escrito no começo do século passado. Verdadeiramente
admirável é a atualidade de seu conteúdo.
Naquele mundo, o trabalho era exercido por pessoas
especialmente clonadas para que fossem perfeitamente adaptadas às demandas
físicas e psicológicas das tarefas. Alguns seriam preparados para os desafios
de cargos em que teriam que tomar importantes decisões, outros se diziam
felizes por nunca serem chamados a tomar quaisquer decisões. Sem entrar no
mérito da questão, o fato é que tal dicotomia não parece ser possível no mundo
atual.
A falta de adaptação ao trabalho pode ser importante fonte
de estresse. “O mundo não será feliz a não ser quando todos os homens tiverem
alma de artista, isto é, quando todos tirarem prazer do seu trabalho.”, disse
Auguste Rodin, nascido no século XIX. O problema, como se vê, não é novo. Como,
então, tratar de aspectos do trabalho exercidos por pessoas tão diferentes e
com expectativas tão individuais?
Talvez esta seja a principal consideração a fazer: estamos
lidando com indivíduos, algo que não se divide, únicos por natureza. É por isto que não há regras
definitivas quando falamos de condições de trabalho, mas conceitos abrangentes.
Eis a Ergonomia que tenta, então, criar regras aplicáveis a diferentes
situações e diferentes indivíduos.
Em diferentes
conceituações, a ergonomia tenta fazer com que exista uma harmônica relação
entre o homem e o ambiente, especialmente no trabalho. Entram, aqui, aspectos
físicos e psíquicos, tendo como cenário o ambiente natural ou tecnológico.
Quando esta relação ocorre sem que se atinja a harmonia buscada, as respostas
surgem pela não adaptação, muitas vezes traduzidas em dores, quadros de
tristeza, depressão ou outros ainda piores.
O indivíduo que
não está adaptado, ouvindo a linguagem de seus orgãos, por não ter poder de mudar
o ambiente em que vive ou trabalha, vai certamente reponsabilizar alguém por
seu sofrimento. Assim como a Natureza, se ele não pode reagir, se vinga.
Num próximo post, voltarei ao assunto para comentar as
orientações ergonômicas que se propõem a resolver o impasse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário