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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Pensamentos ergonômicos - Parte 3: as correções ergonômicas


Depois de muito pensar sobre o assunto, chegamos ao ponto em que nos perguntamos: o que devo fazer para melhorar as condições de trabalho em minha empresa? A primeira coisa a fazer é reconhecer que sempre será possível melhorar alguma coisa, a isto se chama melhoria contínua. Quando se registram as medidas tomadas ao longo do tempo, podemos formatar um programa oficial que sempre representará a adequação de pensamento da empresa, diferencial muito valorizado no mercado atual.
Na prática, vamos pensar no que está envolvido na realização do trabalho:

·         O trabalhador;

·         O local de trabalho;

·         A tarefa;

·         As máquinas e equipamentos utilizados.

Todos os fatores citados devem se relacionar de forma harmônica, com a finalidade de proporcionar um ambiente agradável para que o trabalhador produza como se espera, sem consequências danosas. Resumidamente, podemos listar o que se refere a cada um destes fatores, como relacionado abaixo.
    ·         O trabalhador

o   Biotipo

o   Condição física e psíquica

o   Condição técnica

·         O local de trabalho;

o   Temperatura

o   Iluminamento

o   Ruído

·         A tarefa

o   Ciclo

o   Esforço físico e postura (fixa, elevação de membros, movimentação de cargas, etc.)

o   Produtos utilizados (químicos, de limpeza, etc.)

·         As máquinas e equipamentos utilizados

o   Dispositivos de proteção e segurança

o   Dimensões

o   Comandos

Os itens listados não esgotam o assunto, não se trata de um check-list, mas de um roteiro para que se observem as relações entre os aspectos envolvidos. Em especial, vale lembrar que pessoas são diferentes, e sempre haverá alguma possibilidade de que se adaptem diferentemente a condições idênticas.

Sem que falemos em caros projetos ou laudos ergonômicos, vamos destacar alguns aspectos de fácil aplicação.

·         É fundamental a adequada avaliação médica do trabalhador antes que seja encaminhado para uma determinada tarefa. Pode parecer Taylorismo, mas é certo que pode haver o homem certo para uma determinada tarefa.

·         As relações entre os aspectos antropométricos e as dimensões de máquinas e equipamentos devem ser cuidadosamente avaliadas.

·         A facilidade de acesso a comandos deve ser igualmente considerada, especialmente quando utilizados em situações de emergência.

·          As condições psíquicas do candidato devem ser consideradas frente a condições que possam ser perigosas (avaliação comportamental para a segurança).

·         Sempre que houver movimentação de cargas, considerar o uso de equipamentos específicos (ponte rolante, talha, empilhadeira, paleteira, etc.)

·         Sempre que houver exigência de esforço físico, considerar a adoção de ferramentas específicas (alavancas, balancins, etc.)

·         Os ciclos de trabalho devem ser avaliados frente à demanda de esforço físico ou posições viciosas ou desconfortáveis, readequando-se a expectativa de produção ou instituindo-se rodízio de tarefas.

·         O rodízio deve ser criado com orientação do médico do trabalho, com a finalidade de proporcionar demanda de diferentes grupos musculares.

Não comentei os aspectos relacionados ao conforto ambiental, como calor, ruído e outros. Mesmo assim, sugiro que você faça sua própria observação, mesmo que não faça medições, levantamentos. A avaliação qualitativa pode bastar para recomendar melhorias.
Se qualquer viagem começa com o primeiro passo, a melhoria de sua empresa pode começar com um novo olhar.  Boa viagem!


Dr. Conrado de Assis Ruiz
Médico do Trabalho

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